Montréal, le 24 juillet, 2012
Lettre de solidarité avec le mouvement étudiant du Brésil
Les étudiantes et étudiants du Québec, organisé-e-s dans la CLASSE (Coalition large de l’Association pour une solidarité syndicale étudiante) sont en grève générale illimitée depuis le 12 février 2012. Cette grève s’oppose à une forme particulière de marchandisation de l’éducation, notamment via la hausse de frais de scolarité à l’université de 75% dans la province de Québec. Pendant ces cinq mois de grève, les étudiants et étudiantes organisé-e-s majoritairement en associations étudiantes, ont pris des décisions sur la base de la démocratie directe et mené de l’avant diverses manifestations et actions dans le but de véhiculer le message de rejet des plans de privatisation du gouvernement et exprimer leurs revendications s’opposant à la hausse des frais dans le contexte de la gratuité scolaire.
Dans ce processus de mobilisation et de lutte, le gouvernement Charest a essayé de se moquer de l’organisation étudiante en proposant de fausses solutions qui ne résolvent pas les problèmes liés à la hausse de frais, mais qui, bien au contraire, accentuent cette hausse. Face à la force et à la cohérence d’un mouvement qui a su rejeter les propositions tricheuses du gouvernement, celui-ci a voté une loi spéciale dont l’objectif est de défaire l’organisation étudiante en lui retirant ses droits de manifestation et de prise de décisions démocratiques en assemblée générale et de forcer le retour en classe. Afin d’empêcher que la population continue de soutenir le mouvement, cette loi criminalise toute tentative d’appui aux actions de blocage et aux manifestations pour continuer la grève.
Ainsi, le mouvement a déjà franchi le milieu étudiant puisque la population a pris la rue au rythme des casseroles et d’assemblées de quartier. Au cours de cette lutte, nous avons reçu des expressions de solidarité de la part de l’ANEL (Association Nationale Indépendante des étudiantes et étudiants) et du mouvement étudiant brésilien qui lutte également contre la néolibéralisme où on valorise profit plutôt que l’éducation. Nous luttons ensemble pour une priorité à l’éducation accessible, gratuite et de qualité et contre la marchandisation de l’éducation.
La CLASSE s’identifie entièrement avec la justice des objectifs des étudiants et étudiantes du Brésil et se solidarise avec leur grève, la grève des professeurs et de travailleurs et travailleuses du système d’éducation dans l’espoir de joindre les efforts des deux côtés et d’œuvrer ensemble à la réalisation de futures actions.
Version en portugais
Carta de solidaridade ao movimento estudantil do Brasil
As estudantes e os estudantes de Quebec, organizada(os) na CLASSE (Coalizão Ampla da Associação pela Solidariedade Sindical Estudantil) estão em greve geral ilimitada desde 12 de fevereiro de 2012. Esta greve se opõe a uma forma peculiar de mercantilizaçao da educação, em particular pelo aumento de 75% da taxa de matrícula das universidades da província de Quebec. Durante esses cinco meses de greve as(os) estudantes, organizada(os) em sua maioria por meio de associações estudantis, tomaram decisões com base na democracia direta e conduziram diversas manifestações e ações com o objetivo de veicular a mensagem de rejeição aos planos de privatização do governo e de expressar suas reinvidicações se opondo ao aumento da taxa de matrícula no contexto de uma educação gratuita.
Durante esse processo de mobilização e luta, o governo de Charest tentou zombar da organização estudantil ao propor falsas soluções que não resolvem os problemas inerentes ao aumento da matrícula, mas que, bem ao contrário, dá ênfase à ele. Em face da força e da coerência de um movimento que conseguiu rejeitar suas propostas traiçoeiras, o governo chegou a votar uma lei especial com o objetivo de desfazer a organisação estudantil, tirando seus direitos de manifestação e de seu processo decisório em assembléia geral, e de forçar o retorno às aulas. Para evitar que a população continue a apoiar o movimento, esta lei criminaliza qualquer tentativa de apoio às ações de bloqueio e às manifestações em prol da greve.
Sendo assim, o movimento já cruzou o ambiente estudantil com a população tomando as ruas ao ritmo de panelas e de assembléias de bairros. Durante essa luta recebemos manifestações de solidaridade da parte da ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre! ) e do movimento estudantil brasileiro que também luta contra o neoliberalismo, que valoriza mais ao lucro que a educação. Lutamos juntas e juntos priorizando a educação acessível, gratuita e de qualidade e contra a mercantilizaçao da educação.
A CLASSE se identifica totalmente com a autenticidade dos objetivos das e dos estudandes do Brasil e se solidariza com a greve delas e deles, a greve das e dos professores e das e dos trabalhadores do sistema de educação com a esperança de juntar os esforços dos dois lados e de trabalhar juntas e juntos para a realização de futuras ações.